Podemos resumir o arco do Mundo 11 como um Game of Thrones entre os dragões espirituais. Além de termos uma narrativa e um desenvolvimento digno principalmente para Lire e Tia, tivemos participações essênciais e algumas revelações curiosas que explicaram passagens importantes deixadas na história da sequência.

Uma delas refere-se a como Tekarion chegou ao poder e de que forma sua influência remanesceu no Mundo dos Espíritos mesmo após ser morto nos eventos do Mundo 4 (Crimson River). Inspirando alguns a seguirem o seu mesmo caminho, ficou também esclarecido - ao que parece - a origem do Lorde Espiritual.

No Mundo 11 o antigo Lorde Espiritual do Fogo e do Gelo é citado com bastante frequência, principalmente nos eventos do Ato 35 (Trono do Fogo). Temos ali a confirmação de sua morte após a luta no Purgatório contra a aliança Anti-Heitaros e a revelação de que ele se tornaria o próximo sucessor do Rei dos Espíritos se não tivesse deixado o Plano Espiritual.

Tekarion ficou bastante mal falado devido a ter monopolizado ambos territórios do Gelo e do Fogo. Mas a forma que fez isto acabou inspirando alguns outros dragões - principalmente Ragna - a tentarem ascender o Trono do Fogo e assim se tornar o novo soberano do Mundo dos Espíritos.

Apesar da própria Lorde do Fogo ser contra o antigo carcereiro do Purgatório assumir o seu mundo, a forma que ele fez isto a instigou a se tornar um segundo Tekarion absorvendo Tia, assim governando a dimensão para restaurá-la após o desequilíbrio causado pela invasão dos demônios liderados por Heitaros.

Mesmo sua ideia inicial não ter dado certo e de uma forma mirabolante ser frustrada por Tia, a partir dela podemos presumir uma nova origem para o antigo dragão bipolar que esclarece de uma vez como ele dominou dois elementos distintos e se tornou uma entidade como conhecemos na prisão do Mundo dos Demônios.

Antes de entrarmos no assunto, é importante recapitularmos alguns aspectos marcantes de Tekarion que acima de tudo, ficaram confusos com a chegada de Tia ao jogo. O primeiro deles é como ambos os Lordes Espirituais regiam o elemento gelo e se de alguma forma haveria uma conexão mais íntima entre eles para chegar a um consenso. Anteriormente, presumimos que ambos tivessem alguma relação familiar por conta do diálogo entre Dio e Tia no sistema de Laços. Mas havia muito mais coisa por trás daquela conversa que foi esclarecido com a chegada do Mundo 11 e como funciona o sistema de hierarquias no Plano Espiritual.

A segunda era a própria bipolaridade de Tekarion que mudava drasticamente de personalidade refletindo o elemento que estava conversando naquele momento. Sendo o elemento gelo alguém mais sereno e o elemento fogo alguém bem mais intenso. Apesar de termos aceitado o fato de que Tekarion nasceu assim e pronto, a coisa pode ter sido um pouco mais selvagem e bem mais o clima de um habitat onde o mais forte domina os mais fracos.

Ao encontrar a Grand Chase no outro lado do Purgatório, Ragna diz que Tekarion ficou conhecido como aquele que destruiu a coalizão do Mundo dos Espíritos quando assumiu ambos os tronos de gelo e do fogo (~~É algo grande pra cacete, eu sei, mas é basicamente isso que ela diz...). Fica claro até aqui que o saudoso Lorde Espiritual não nasceu dominando os dois elementos, mas se tornou uma entidade com este poder. O que fica mais evidente quando Ragna explica que só era contra o desejo de Tekarion, mas nunca a forma que ele conquistou o poder.

Logo, podemos concluir que Tekarion era inicialmente um dragão de fogo, mas absorveu um dragão de gelo e com isto se tornou o regente dos dois elementos. Essa base é sustentada tanto pelo diálogo de Tia com Dio no Sistema de laços quando ela afirma que era a genuína sucessora dos espíritos do gelo (A deixando furiosa quando é acusada de estar em conluio com Tekarion), quanto pelas próprias características do antigo Lorde Espiritual em ter duas personalidades bem distintas e em sua forma verdadeira, corresponder a isto sendo um dragão de duas cabeças.

Mas o que isto indica que Tekarion era inicialmente um dragão de fogo?

Além do fato da personalidade do fogo ser bem mais agressiva e intensa, temos também o que os próprios eventos do Mundo 11 sugerem quando Ragna deixa claro que Tia estaria em total desvantagem ao enfrentá-la (Afinal, uma é um Espírito do Fogo e outra um Espírito de Gelo). O que fez a Lorde do Gelo optar por outra estratégia para frustrar os planos de sua contraparte e mais tarde acabar sofrendo com os resultados de sua própria estratégia.

Assim sendo, não é um completo absurdo pensar que Tekarion inicialmente teve a mesma ideia e acabou usando essa vantagem para absorver a sua contraparte correspondente. Se tornando assim o Lorde dos Espíritos de Fogo e Gelo.

É importante lembrar que Tekarion tem mais de 10000 anos de existência, já que Dio explica a Sieghart - durante o Epílogo do Mundo 4 - que havia outro carcereiro além do dragão ( Cada um em seu respectivo plano) cuidando do Purgatório até Duel matar o responsável pelo Mundo dos Demônios. E assim, o Lorde Espiritual assumiu o lugar sozinho vindo para o outro lado da prisão. Mais tarde este mesmo factoide é citado pelo líder dos Moderados, usando como argumento para Calisto que pretendia incitar outra intervenção divina devido a invasão dos dragões espirituais no Portal Terr. Pois de acordo com Dio: Tekarion estaria intervindo no Mundo dos Demônios há bastante tempo e nunca chamou a atenção de Jupiter antes.

Apesar de não sabermos se Tia ou Ragna são tão velhas quanto o antigo Lorde, o jogo dá a entender que as duas são a geração seguinte após este mesmo abandonar o Mundo dos Espíritos e que como tal, tinham o mesmo direito de suceder o Rei dos Espíritos quando chegasse a hora.